quinta-feira, 16/05/2024
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Brasileiras que acusaram Yasmin Brunet de tráfico humano são presas nos EUA

O caso das influenciadoras se tornou conhecido após Letícia, de 21 anos, de Perdões, no Sul de Minas, publicar um vídeo em rede social dizendo que havia fugido de um cativeiro nos EUA, mas que a amiga Desirrê continuava no local. A família da mineira acreditava que a jovem estava desaparecida e suspeitava, ainda, que ela era ameaçada por Katiuscia.

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Letícia acusou Yasmin Brunet de tráfico humano no vídeo que viralizou na internet. A atriz e modelo prestou queixa contra a jovem por calúnia, difamação e ameaça em uma delegacia de São Paulo. Yasmin foi citada pela mineira na internet por suposta participação em sequestro e tráfico humano, sem qualquer prova, no vídeo que viralizou.

g1 listou pontos de investigação, de depoimentos da família de Letícia e também sobre a jovem sul-mineira, que foi quem fez o caso ficasse conhecido por meio das redes sociais.

  1. Investigação sobre desaparecimento
  2. Último contato com a família
  3. Jovem carinhosa e sonho de morar nos EUA
  4. Contato com a influencer Kat Torres
  5. Suspeita de aliciamento
  6. Vídeo e falas desconexas
  7. Desaparecimento descartado
  8. Lista de pessoas presas nos EUA

O caso das brasileiras é investigado pela Polícia Civil desde quando a família de Letícia Maia Alvarenga dizia acreditar que ela estava desaparecida. De acordo com a família, ela estaria sendo mantida em cárcere privado por Katiuscia Torres, nos EUA. A Polícia Civil descartou, no fim de outubro, esta possibilidade.

Segundo a polícia, a hipótese foi descartada após as primeiras diligências da denúncia do desaparecimento, do contato com a Polícia Federal e das imagens publicadas pela própria jovem nas redes sociais.

No mesmo dia em que o desaparecimento foi descartado pela polícia, a modelo e atriz Yasmin Brunet prestou queixa contra a jovem por calúnia, difamação e ameaça em uma delegacia de São Paulo. Yasmin foi citada por Letícia na internet por suposta participação em sequestro e tráfico humano, sem qualquer prova, no vídeo viral.

A família de Letícia contou à polícia que a jovem esteve em Perdões no dia 28 de abril. Segundo os pais, eles encontraram com ela na rodoviária e ela não revelou de onde tinha vindo, disse apenas que estava a trabalho e precisava de seus documentos que estavam na casa deles.

Os pais também contaram que foram tratados de maneira muito fria e que ela não aceitou dormir em casa e foi para um hotel. Daí em diante, após ser deixada no hotel, os pais contam que não tiveram mais notícias da filha.

O casal então registrou um boletim de ocorrência informando o desaparecimento da filha no dia 19 de agosto e só souberam no dia 5 de setembro, após um ofício da Polícia Federal, que a filha deixou o Brasil em um voo no dia 14 de maio com destino ao Aeroporto Internacional de Houston (EUA).

A jovem acusou o pai de ter abusado sexualmente dela quando tinha 15 anos. Ele negou o crime em depoimento à polícia no dia 17 de outubro.

Uma jovem carinhosa, apegada à família e principalmente aos pais, irmãos, avós e amigos, mas que aos poucos foi se distanciando por influência de uma coach brasileira que mora nos Estados Unidos. É assim que os pais da jovem Letícia Maia Alvarenga definem a filha.

Conforme informações prestadas para a polícia, os pais de Letícia contam que a jovem foi criada em uma família unida e sempre foi carinhosa e apegada à família.

Talentosa, fazia aulas de música, tocava flauta e gostava de fazer maquiagem em suas amigas. Chegou a montar um pequeno negócio de doces por encomenda e vendia em um carrinho personalizado aos fins de semana na praça da cidade.

Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, de Perdões (MG), em foto de arquivo — Foto: Reprodução / Redes SociaisLetícia Maia Alvarenga, de 21 anos, de Perdões (MG), em foto de arquivo — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Ainda segundo os pais, ela sempre teve o sonho de ir para os Estados Unidos e aos 16 anos ganhou uma viagem para a Disney, para onde foi com um irmão. Em maio de 2019, ela viajou novamente para o país por meio de um programa de intercâmbio, onde foi morar com uma família e trabalhar como babá.

Os pais também relatam que quando a jovem se instalou nos Estados Unidos, ela ligava com frequência e relatava que estava gostando da nova etapa da vida.

Os pais contam que, tempos depois, descobriram que Letícia fazia consultas com a coach brasileira Katiuscia, conhecida como Kat Torres. Nascida em Belém (PA), Katiuscia Torres Soares tem 29 anos e em site oficial, se descreve como Life Coach com mais de 1 mil clientes pelo mundo todo, das mais diversas crenças, classes sociais e exigências. Ela também diz ser escritora, atriz e comediante.

No site oficial, a coach promete “estratégias” de evolução espiritual, na carreira, nas finanças e nos relacionamentos com planos que variam de R$ 73 (mensal) a R$ 700 (anual).

A influenciadora Kat Torres, acusada pelos pais de Letícia de ter aliciado a jovem — Foto: Reprodução Redes SociaisA influenciadora Kat Torres, acusada pelos pais de Letícia de ter aliciado a jovem — Foto: Reprodução Redes Sociais

A família de Letícia disse para a polícia que todo o dinheiro que ela ganhava era gasto com Kat Torres em seu site e que aos poucos, aquela Letícia carinhosa foi se distanciando da família e dos amigos.

Os pais relataram ainda que em postagens pelas redes sociais, Kat Torres começou a mencionar o nome de Letícia e postava vídeos juntas, chegando a citar que Letícia era sua assistente e que a partir disso a jovem cortou contato com familiares e amigos.

Os pais disseram que existiam vários documentos, fotos e vídeos que comprovam que Letícia estava junto da influenciadora Kat Torres, que supostamente teria uma seita, que incentivaria meninas brasileiras a irem para os Estados Unidos.

Os pais de Letícia dizem ainda que há indícios que existem outras meninas brasileiras nessa suposta seita e que já entraram em contato com os pais de outra jovem, que estaria com ela. A família acredita que está sob ameaças.

g1 entrou em contato com a influenciadora Kat Torres pelos endereços de e-mail divulgados no site oficial da coach, mas não recebeu retorno.

Em vídeo divulgado no dia 18 de outubro, Letícia Maia Alvarenga se apresentava abatida, com olheiras e falas desconexas e diz que conseguiu fugir de um cativeiro. Foi nesta gravação que ela acusou a modelo Yasmin Brunet.

“Gente, eu quero a ajuda de vocês. Eu estou tentando falar e vocês não estão acreditando. Por favor, a Desirrê está em perigo. A Yasmin Brunet ainda está com ela lá, eu consegui sair do cativeiro, mas a Desirrê continua lá. Eu vou tentar salvar, eu vou tentar arriscar a minha vida por ela”, diz Letícia no vídeo.

A jovem Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, de Perdões (MG), em imagens de antes e agora após vídeo divulgado — Foto: Reprodução / Redes SociaisA jovem Letícia Maia Alvarenga, de 21 anos, de Perdões (MG), em imagens de antes e agora após vídeo divulgado — Foto: Reprodução / Redes Sociais

A relação de Yasmin Brunet com a história teria começado após a modelo e atriz comentar em lives feitas pela própria Letícia, sobre o direito que a jovem tinha de ficar em silêncio sobre os supostos abusos que teria sofrido. Depois disso, Kat Torres criticou a modelo nas redes sociais e Letícia passou a acusar Yasmin de comandar um esquema de prostituição nos Estados Unidos.

Em publicação em seu perfil, a modelo disse que já havia acionado advogados e não comentaria mais o caso.

Polícia Civil informou no dia 26 de outubro que descartou a possibilidade de desaparecimento de Letícia Maia Alvarenga. Segundo a polícia, a hipótese foi descartada após as primeiras diligências da denúncia do desaparecimento, do contato com a Polícia Federal e das imagens publicadas pela própria jovem nas redes sociais.

A polícia também informou que segue com a apuração de uma denúncia feita pela jovem de que teria sido abusada sexualmente pelo pai quando tinha 15 anos. Conforme a polícia, sobre essa denúncia, já foram ouvidos os pais da jovem e testemunhas.

Letícia Maia, Katiuscia Torres e Desirrê Freitas foram incluídas na lista de pessoas detidas no Condado de Cumberland, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Todas elas foram incluídas entre os detentos, conforme o registro oficial, na quarta-feira (2).

O motivo da prisão das três não consta na lista e não foi divulgado até o momento. O g1 entrou em contato com o Itamaraty, que acompanha o caso das brasileiras desde o início. Nenhuma resposta sobre o caso foi enviada à reportagem até esta publicação. A família de Letícia também foi procurada, mas também não retornou.

A prisão das três foi citada por Yasmin Brunet nas redes sociais nesta quinta-feira (3).

“Ela já foi presa nos Estados Unidos! Vem para o Brasil que a justiça está só esperando você chegar!”, escreveu a modelo como legenda em um vídeo.

G1

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